terça-feira, 10 de janeiro de 2012

poupança de memórias


E se a cada instante da vida eu me arrependesse do que faço literalmente eu viveria apenas disso. Não que o meu currículo de arrependimentos seja tão extenso, é que o mundo das recordações é um terreno muito sombrio e traiçoeiro. Acredito que seja por isso que algumas doenças psicológicas se originam, muito tempo habitando o ‘‘mundo das recordações’’.
Há um ditado muito conhecido que é mais ou menos assim: “a vida só pode ser compreendida olhando-se para trás; mas só pode ser vivida olhando-se para frente” de Soren Kierkegaard, que diz praticamente uma verdade, digamos assim, indiscutível. Porque veja bem, se passamos tempo de mais preocupados em concertar o que já passou o que sobra para nós no presente, digo, o ‘que passou, passou’ já foi, agora é só dizer tchau, bons recuerdos, e estar preparado para agir e viver intensamente cada segundo do presente. Longe de mim dizer para esquecer o que passou, jamais devemos esquecer, sejam boas ou ruins, são lembranças, fazem parte de nós, mais não para serem revividas, serem apenas guardadas na memória, em um cofre que seje pouco habitado, uma espécie de poupança de memórias, - comparação perfeita – poupança de memórias, diariamente depositadas correndo juros de anos vividos e experiências adquiridas, sem a menor intenção de serem sacadas.
Gozado! É muito interessante quando estamos sem vontade nenhuma de dar um sorriso, num sentimento profundo de abismo no peito, a simples vontade de falar dá um salto enorme para fora de nós, mais, em algumas pessoas, essa vontade é suprida pela vontade de escrever. Pra mim se encaixa muito bem, pena que as palavras pra mim se confundam tanto quando eu as escrevo.
Mil desculpa se não entendeu meu recado! Mais foi o jeito que consegui me erguer, lembrando que o meu passado acabei de depositar na poupança da memória... e não tenho a intenção de passar um tempinho no “mundo das recordações”.
^^